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Gal Cunha Lima: “Criar faz parte do ser humano, sem isso o mundo fica sem graça, sem movimento”

Produtora executiva e diretora de produção de “Habeas Pinho” fala sobre a emocionante homenagem ao legado poético e humanista de seu pai, Ronaldo Cunha Lima

08/10/2024 às 18h58
Por: Nailson Júnior Fonte: Vivass Comunicação
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Gal Cunha Lima: “Criar faz parte do ser humano, sem isso o mundo fica sem graça, sem movimento”

Atriz e produtora cultural, Gal Cunha Lima é uma artista que transita por diversas formas de expressão, do cinema ao teatro, carregando o legado artístico e humanista de seu pai, Ronaldo Cunha Lima. A sua trajetória é marcada por trabalhos significativos, como a produção do DVD de Sivuca e colaborações em projetos audiovisuais.

Com o curta-metragem Habeas Pinho, em produção, Gal homenageia seu pai e celebra a cultura paraibana, ao mesmo tempo em que abre novos caminhos para o cinema nordestino. Em meio a essa fase, ela compartilha detalhes de sua carreira e as expectativas para o lançamento desse projeto tão aguardado. Confira abaixo:

 

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Você tem uma carreira artística multifacetada, atuando na área audiovisual. Como foi o início dessa jornada no mundo das artes e o que mais a motiva a continuar criando?

A arte e a cultura sempre nortearam minha vida. Estudei em uma escola no Rio de Janeiro, São Vicente de Paulo, onde a arte estava muito presente. Ao retornar para João Pessoa, trabalhei na Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (FUNAD) e criamos o Núcleo de Artes, apresentando espetáculos teatrais todos os anos, o que foi uma experiência inesquecível. Participei de algumas Paixões de Cristo, mas minha paixão verdadeira é o cinema. Meu primeiro trabalho foi no filme "Eu Sou o Servo", de Eliezer Rolim. Tive a experiência de trabalhar no Espaço Cultural e, além disso, também sou muito grata por fazer parte da produção do DVD de Sivuca. Criar faz parte do ser humano, não importa qual sua profissão, sem criação o mundo fica sem graça, sem movimento.

 

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Entre poesia, cinema e teatro, em qual desses campos você sente maior liberdade criativa? E qual deles ainda te desafia mais?

Não existe gostar mais ou menos, como dizia o poeta: é como escolher uma cor do arco-íris, elas se complementam. Assim é a arte. Mas diria que o cinema é mais a minha praia.

 

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Como você vê o cenário atual da produção cultural no Nordeste, especialmente no cinema e nas artes visuais? Existem novos talentos ou movimentos que você acredita que merecem mais visibilidade?

Com as leis de incentivo, as produções culturais aumentaram e o cenário do cinema tem crescido bastante. O Nordeste tem um povo extremamente criativo, com uma cultura rica e muitas histórias para contar. Entretanto, ainda vejo que retratamos muito um Nordeste pobre e seco, quando temos muito mais a oferecer. Felizmente, temos visto mais oportunidades para nossos atores em grandes emissoras, algo antes rejeitado pelo sotaque. E, claro, sempre há talentos escondidos que merecem oportunidades.

 

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O legado do seu pai, Ronaldo Cunha Lima, é uma parte importante da sua vida e carreira. Como essa herança influencia suas escolhas profissionais e projetos criativos?

O maior legado que meu pai deixou foi sua retidão, seu lado humanista e seu coração generoso. Isso me influencia a fazer sempre escolhas com amor e retidão.

 

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O curta-metragem Habeas Pinho é um projeto que você sonhou realizar por muitos anos. Qual foi o momento em que você sentiu que era a hora certa de tirar esse projeto do papel?

O Habeas Pinho era um projeto antigo, por motivos pessoais engavetei . No final da pandemia , com Flavinho (Flávio Freitas), um amigo querido, produtor começou a me dar pilha , então e iniciei o processo de refazer o roteiro , colocar em leis , montar equipe .

 

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Lucas Veloso foi escalado para interpretar seu pai, Ronaldo Cunha Lima. Como foi a escolha dele para o papel e como você avalia a interpretação de um personagem tão pessoal e emblemático?

Lucas é um artista completo: atua, toca, dança, imita, canta. Já vinha pensando nele para o papel quando Flávio Freitas sugeriu o nome dele. Ele disse: “Por que você não chama Lucas, ele parece com o seu pai”. Liguei imediatamente, e foi uma ligação cheia de emoção, como se nossos pais lá no céu estivessem vibrando, pois Shaolin era muito amigo da nossa família.

 

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O filme está em fase de pós-produção. Como está sendo o processo de finalização e quais são suas expectativas para o lançamento e a recepção nos festivais?

Estamos no processo de montagem e, em seguida, de finalização. Prefiro não criar expectativas, gosto de ir por partes. A homenagem ao meu pai está feita, e o que vier pela frente será lucro. Gostaria de exibir Habeas Pinho nas escolas, para manter vivo o nome do poeta para as novas gerações e espalhar poesia. O mundo anda mesmo precisando.

 

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O filme é também uma homenagem à sensibilidade humana e ao compromisso social de Ronaldo Cunha Lima. Como você espera que o público responda a essa mensagem e ao legado dele?

Não crio muitas expectativas, mas claro que espero que o público goste. O legado dele é grande e Habeas Pinho é um recorte de uma das passagens brilhantes do poeta. Habeas Pinho conta a história da petição-poema.

 

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Algo mais a acrescentar?

Gostaria de destacar a participação maravilhosa de Mayana Neiva e Juzé, que, assim como Lucas, abrilhantaram o filme, juntamente com todo o elenco. Agradeço também a toda equipe técnica que foi fantástica, em nome de Flávio Freitas, Valério Lima, Nina, Metilde, Aluísio Guimarães e Nathan Cirino. Foram mais de 40 pessoas que se dedicaram ao projeto.

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