Um dos relevantes serviços realizados pela Prefeitura de Campina Grande, voltados às crianças e adolescentes, são as buscas ativas executadas pela equipe do Programa de Educação Social para Crianças e Adolescentes em Situação de Rua (Ruanda), vinculado à Secretaria de Assistência Social (Semas). Criado em 2001, o programa tem como objetivo combater a vulnerabilidade do público infanto-juvenil, intermediando a inclusão social de suas famílias à comunidade. Em média, 47 famílias são atendidas mensalmente pelo Ruanda. E uma dessas ações foi realizada nesta terça-feira, 08, no centro da cidade.
Nestes últimos meses do ano, as equipes que atuam no Programa, que funciona na Casa dos Conselhos (rua Giló Guedes – Centro), têm se preparado para realizar um maior número de atendimentos ao público, considerando que, com a proximidade das festas de final de ano, é comum verificar um aumento no número de crianças e adolescentes nas ruas do Município.
O Ruanda também intensifica o trabalho de prevenção aos casos de vulnerabilidade, por meio de oficinas e atividades semanais, para monitorar e realizar levantamentos sobre demandas de alimentos, medicamentos e outras necessidades, junto a essas famílias.
“Nós, enquanto Prefeitura, buscamos ajudar essas crianças e adolescentes, utilizando os meios que temos acesso, especialmente através das ações intersetoriais. Na maioria das vezes, nos deparamos com crianças que sofrem situações de violência, as mais diversas. Para amenizar esses transtornos, contamos com o apoio de vários profissionais, como psicólogos, educadores, com o apoio das Secretarias Municipais de Saúde e da Educação, por exemplo”, disse Carla Maria, coordenadora do Ruanda.
De acordo com Valéria Maria Nunes, assistente social do Programa, o trabalho das equipes de abordagem nas ruas é desafiador, uma vez que muitas crianças e adolescentes omitem informações pessoais e de familiares. Por isso, a equipe atua principalmente com a criação de vínculos. Segundo ela, é através de diálogos que essas crianças conhecem melhor o trabalho que é realizado pelo Ruanda e passam a receber a ajuda necessária, por parte da Prefeitura de Campina Grande.
“O desafio é trabalhar as vulnerabilidades das famílias. É fazer com que elas tenham seus direitos garantidos, no que rege à Constituição. Durante as abordagens, a gente busca criar vínculos com essas pessoas e não podemos insistir que elas nos repassem muitas respostas sobre as situações. É preciso, antes de tudo, respeitar o tempo delas, tentando extrair o maior número de informações possíveis, para que essa ajuda seja viabilizada”, explicou a assistente social, Valéria Nunes.
O trabalho do Ruanda também é caracterizado pela forma estratégica de atuação, no primeiro semestre e final de ano, períodos em que é comum o aumento do número de crianças e adolescentes nas ruas em Campina Grande, vindas, em sua maioria, de municípios circunvizinhos. Desse modo, as equipes se programam para tentar alcançar e integrar todo o público.
“A intenção de identificar essas novas famílias em situação de rua é, justamente, para ajudá-las e acompanhá-las. Nas quartas e quintas-feiras, quando o Ruanda realiza oficinas com as famílias já identificadas, adaptamos espaço e situações, no sentido de receber um maior número de pessoas. A partir desse acréscimo, as equipes de busca ativa passam a registrar e acompanhar essas famílias, garantindo serviços de saúde, educação e benefícios eventuais, como cestas básicas e, quando há necessidade, o aluguel social”, ressaltou a diretora interina de Proteção Social de Média e Alta Complexidade da Semas, Sheila Ricarte.
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