O vereador Marcos Henriques (PT) repudiou declarações do deputado estadual Cabo Gilberto (PL)
sobre críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e defesa da Ditadura Militar instaurada a partir de
1964. Para o petista, é característica do fascismo se colocar contra as instituições. “Isso é algo muito
preocupante”, relatou o vereador. Ele foi o primeiro orador da sessão ordinária desta terça-feira
(10), da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP).
Marcos Henriques leu o texto de uma publicação feita pelo deputado estadual Cabo Gilberto no
Twitter. “O STF rompeu a democracia! O super poder da República está provocando o caos de
forma proposital no Brasil. A história se repete, precisamos dar um contragolpe, assim como
ocorreu em 1964, não temos outra escolha! Não existe mais democracia e constituição, só existe o
STF”, leu.
“Esse tipo de ameaça é algo que não cabe em uma democracia. A alternativa ao sistema
democrático é a barbárie, algo que fere os princípios constitucionais claros. Fico temeroso quando
vejo um deputado estadual pregar contra um órgão tão importante como é o STF. Será que isso já é
admitir a derrota? Esse tipo de coisa não constrói a democracia, eu repudio veementemente essa
atitude do Cabo Gilberto”, declarou Marcos Henriques.
O parlamentar afirmou que foi o sistema democrático que elegeu tanto o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), como o presidente Jair Bolsonaro (PL), e que precisa ser preservado. “Talvez
ele não saiba do que está falando. Ainda vemos os resquícios da falta de democracia em 1964: a
perseguição e, principalmente, muita tortura e morte. Expresso a minha preocupação e peço aos
órgãos competentes, como a Assembleia e a Justiça que possam se posicionar a respeito dessa
ameaça clara contra a democracia”, ressaltou.
O vereador Carlão (PL) e a vereadora Eliza Virgínia (Progressistas) se posicionaram de forma
contrária ao petista. “O que está acontecendo é que o STF vem tomando a vestimenta de
extrapolação de poderes”, defendeu Carlão. “Estão tolhendo nossa liberdade de expressão e a
liberdade de expressão de pessoas acobertadas pela nossa Constituição Federal, na qual consta que
o parlamentar é protegido por quaisquer palavras. Um dos tempos em que o Brasil mais se
desenvolveu foi quando os militares tomaram o poder, e graças a Deus nós não somos hoje uma
Venezuela”, afirmou Eliza Virgínia
O vereador Odon Bezerra ponderou os dois lados. “Não posso olhar com bons olhos um órgão
jurisdicional que interprete a lei diferente do espírito da lei ou venha a legislar. E isso está
acontecendo no Brasil. Também não posso aceitar que um parlamentar ou qualquer cidadão venha
proclamar uma revolução para que se feche o Congresso, o STF, e se volte à ditadura militar. Sou
contra o radicalismo que está entranhado no Brasil, seja de direita ou de esquerda. A frase foi uma
infelicidade muito grande do Cabo Gilberto”, declarou.
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